Perseu 6

03/04/2012 18:52

 

Pet shop pra que se tudo o que ele precisa ele encontra em casa mesmo. Esse foi o comentário que meu marido fez quando me viu varrendo os “brinquedos” de Perseu. Um galhinho de árvore, uma folha seca, duas bolinhas, uma delas a que meu marido amarrou o plástico para ficar parecendo o rato lembram, e uma caixa vazia de bombons.

Esse dia foi particularmente calmo, ele não se enfiou em nenhum armário e nem me deu prejuízo com papel higiênico, apesar de ter tentado. Todo dia olhamos para ele e parece que está cada vez maior e fico um pouquinho triste, pois como nós, alguns animais quando crescem também se esquecem de brincar e ser criança de vez em quando. Esquecemos como é bom dar risada de bobeira, a qualquer momento e com qualquer pessoa. Vejo por aí, animais adultos com o comportamento de seus donos, só faltam sair para trabalhar.

Espero que Perseu continue assim, brincando a qualquer momento, com qualquer coisa e sendo feliz. A felicidade dele é tanta que nos acorda de madrugada com mordidas nos pés e unhadas nas pernas. Ele pode estar no mais profundo sono e já acorda brincando e a vida dele é essa, uma soneca, um leite, uma brincadeira, uma soneca, uma ração e sempre mais uma brincadeira.

Eu e meu marido já acostumamos a ser acordados com lambidas e patadas no rosto no meio da noite, quer dizer acostumamos não, não levamos mais susto, pois quando isso acontece até o meu marido que é a pessoa mais paciente que já vi com animais, pega o Perseu e o coloca para fora do quarto nervoso. O sono de uma pessoa é coisa sagrada.

Agora pouco ele estava aqui no meu colo, como sempre vendo o que eu estava fazendo no notebook. Às vezes coloco vídeos de gatos para ele ver e é muito engraçado, ele quer cheirar e vai atrás do notebook para ver se acha o gato, dou muita risada e meu marido e minha filha nem estranham mais. Agora aqui em casa é assim, quando cada um está em um lugar, os outros ouvem, não faz isso Perseu, sai daí Perseu, aí que dor Perseu e por aí vai. Se Perseu vem com o pêlo todo eriçado de outro cômodo, já sabemos que ele aprontou alguma coisa e saíram com ele pelas costas.

Como eu disse ele estava em cima do notebook, então tive que oferecer uma coisa melhor para que ele me deixasse escrever. Como gatos não estão ligados em tecnologia, ele aceitou deitar em cima do meu caderno e agora dorme a sono solto como se fosse uma almofada muito macia. Lembrei-me de quando era criança e minha mãe ficava fazendo tricô na máquina até altas horas da madrugada e para estar ao seu lado  eu ficava em um cobertor no chão nada confortável brincando até adormecer, mas o importante era que estava junto à minha mãe e nada era melhor que aquele momento. Olhando ele, deitado ao meu lado só penso em uma coisa, como eu faço para sair daqui sem que ele perceba, já é quase meia noite e eu não estou com nenhuma vontade de brincar, ele já bebeu leite e comeu ração a próxima atividade vocês já sabem qual é.

 


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